Tecnologia Educacional

 
O surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) vem mudando a forma como a sociedade interage entre si e com o ambiente ao seu redor. As relações homem-mundo e homem-homem têm se transformado de maneira cada vez mais rápida, mais interativa. O mesmo acontece com as fontes de informações e com a construção de conhecimento: o que antes era poder da televisão, do rádio, dos jornais e dos livros (e criados por jornalistas e escritores); passou a ser construído por qualquer pessoa na Internet. 

Para acompanhar todas estas mudanças, é fundamental que a escola traga as TICs para dentro da sala de aula. Isto, além de ser atrativo para os estudantes, permite que o docente tenha outros recursos que o ajude no processo de ensino e aprendizagem. Ademais, a tecnologia, quando bem utilizada, serve de reforço e de apoio ao ensino presencial, de sala de aula.

Então, surgem as perguntas: como usar as TICs de forma eficiente? Quais são as mais eficientes? Em que momentos inserir as TICs no processo de ensino e aprendizagem? Em qual condição a tecnologia educacional aparecerá? 

Sabe-se que tecnologia pode servir de apoio ao ensino presencial, semipresencial e não presencial. Temos então, o apoio ao ensino com atividades flexíveis (em plataformas como o Moodle) e nas próprias aulas (com projetores, laboratórios, softwares e jogos educativos etc). Falando sobre o professor, segundo o professor José Manuel Moran, “é importante que cada docente aprenda a dominar as forma de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática”. Ele assegura ainda que “vale a pena descobrir as competências dos alunos que temos em cada classe, que contribuições podem dar ao nosso curso. (...) É importante mostrar aos alunos o que vamos ganhar ao longo do semestre, por que vale a pena estarmos juntos. Procurar motivá-los para aprender, para avançar, para a importância de sua participação, para o processo da aula-pesquisa e para as tecnologias que iremos utilizar, entre elas a Internet”. 

Para que os alunos não se percam em meio a tanta informação, é preciso que o educador sirva de orientador: aquele que indica um caminho, que provoca seus alunos na busca de novos conhecimentos, que não deixa a rede de pessoas (presencial e virtualmente) cair num marasmo. Fomentar a construção coletiva de conhecimento, ensinar seus educandos a trocarem informações e a construir o saber é de fundamental importância para que o uso da tecnologia não se encerre em si mesmo. Se fisicamente é importante que haja o afeto, virtualmente esta necessidade é redobrada. Por isso é necessário que todos os participantes de fóruns, blogs, listas de e-mail, cursos on-line, chats ou quaisquer outras atividades virtuais conheçam “as regras do jogo”. Moran nos alerta sobre a relevância de “definir objetivos, conteúdos, formas de pesquisa de temas novos, de cursos novos. Traçar cenários, passar as informações iniciais necessárias para situar-nos diante de um novo assunto ou questão a ser pesquisada”. 

Trazer as tecnologias para dentro das aulas contribui para que as atividades aconteçam de forma menos centralizadas, mais flexíveis, integradas e, além de tudo, mais práticas, uma vez que há uma ampliação do universo que deixa de estar preso a quatro paredes e ganham galáxias e o fundo do oceano por meio de softwares (a exemplo do Google Earth). Como Moran relata, “as bibliotecas se convertem em espaços de interação de mídias, softwares e banco de dados”. 

Conclui-se, portanto, que com a tecnologia, a educação pode ser ampliada. Isso vem de encontro às novas tendências pedagógicas, que são contras ao autoritarismo do professor como detentor do saber. As aulas não duram apenas o tempo que está dentro de sala de aula, mas torna-se flexível: alunos e professores interagem e constroem o conhecimento juntos. 

Referências: 

MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. In: Informática na Educação: Teoria & Prática. Porto Alegre, vol. 3, n.1 (set. 2000) UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, pág. 137-144. 

__________________. Mudanças necessárias na educação presencial. Educação humanista inovadora. Disponível em: http://moran10.blogspot.com/2011/05/mudancas-necessarias-na-educacao.html. Acessado em 07 de junho de 2011, às 20h26.