Dias atrás, me disseram: “aqui tem crase ou não? Depois do acordo, não sei de mais nada...”. Inspirada nesta situação, eu resolvi escrever este texto.
A primeira ponderação é sobre a pergunta em si: os gramáticos mais fundamentalistas diriam que a forma correta de questionar seria “uso o acento grave ou não?”. Isso porque a palavra crase tem origem no grego krásis e significa mistura, fusão. A crase é, portanto, a fusão dos “as” e é sinalizada pelo uso do acento grave (`).
Agora vem a resposta: após o acordo as regras do emprego do acento grave mudaram?
Não, não mudaram.
Segundo o texto do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990, faz-se o uso do acento grave em três situações:
a. Fusão do artigo a com a preposição a:
Fui à festa de Maria.
(O verbo ir é transitivo indireto e pede a preposição “a” que, no exemplo, funde-se ao artigo “a”);
b. Contração da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
Tenho que ir àquela escola amanhã.
(O verbo ir é transitivo indireto e pede a preposição “a” que, no exemplo, funde-se ao pronome demonstrativo “aquela”);
c. Fusão da preposição a com os compostos aqueloutro(s) e aqueloutra(s):
Fui àqueloutra escola, porém não gostei de sua infraestrutura.
Falando das regras principais é isso!
Beijos e até a próxima!
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