terça-feira, 12 de junho de 2012

Autoavaliação: o primeiro semestre de Práticas e Projetos Educacionais


Perdi as contas de quantas vezes comecei, apaguei e recomecei este texto. Então, resolvi – de forma arriscada – deixar o academicismo de lado e tentar algo mais intimista para ver se esta autoavaliação sai. Tentei várias técnicas (seguir ordem cronológica, foi uma delas), mas o fato é que “olhar pra trás”, quando feito de forma verdadeira traz muitas lembranças e sentimentos misturados. É justamente sobre esta miscelânea que eu quero (tentar) falar aqui.
Esta disciplina trouxe uma profunda reflexão da prática pedagógica que tinha desde que comecei a lecionar em ONGs.
Começo pela releitura de Pedagogia da Autonomia. Já havia lido trechos deste livro há tempos, mas reler Paulo Freire – assim como reler Machado de Assis – é sempre uma experiência única. Com a leitura de Pedagogia da Autonomia, revisitei e, mais do que isso, resgatei o que creio ser a essência do meu eu-educadora; que, por algum motivo, estava se perdendo na rotina do meu trabalho fora das salas de aula. Mais uma vez esta necessidade de lecionar para contribuir com um processo de ensino e aprendizagem seja significativo para os estudantes ganhou força. Este reencontro com Freire me fez lembrar vários por quês e me deu força para continuar na luta.
Sobre as microaulas, a princípio eu pensei que seria um pouco maçante, afinal, os temas das primeiras são comuns a quase todas as disciplinas do curso de Formação de Professores. Entretanto, fui surpreendida positivamente, já que vi meus colegas de turma se empenhando para transformar temas que, teoricamente são “batidos”, em algo interessante.
Cada uma delas trouxe um novo olhar para velhas questões. A relação professor e aluno me fez pensar novamente em tudo o que carrego de bom e de ruim dos docentes que passaram na minha vida. Já as que abordaram o bullying me fez lembrar daquilo que Vygotsky tanto defente: as relações sociais; ao passo que ainda me trouxe uma questão à tona: como o professor se prepara para incluir a todos, tratando cada um de uma maneira única; e, ao mesmo tempo, falar da importância da coletividade?! Isso foi importante para que eu busque me aperfeiçoar nas diversas formas de inclusão e para que eu procure as melhores estratégias para que meus futuros alunos percebam a importância do respeito à diversidade dentro de um grupo, evitando assim, os atos de violência.
De todos os temas abordados até agora, o mais contundente na minha vida foi o dos últimos encontros, a cerca da Profissão de Professor. O que faz de um professor um profissional excelente? Quais são as competências e habilidades que ele precisa ter? Quais são os chamamentos que as futuras gerações precisarão quando o assunto é educação? O quanto falta de caminho a percorrer para que eu atinja o grau de excelência?! Tudo isso gira em todo na minha cabeça desde as últimas aulas. E quanto mais me faço essas perguntas, mais sinto vontade de lutar para ser a melhor. Não no sentido de competitividade com outros profissionais – longe disso! Sei o quanto posso aprender com eles! – mas ser a melhor, no sentido de me doar ao máximo para desenvolver um trabalho de qualidade com e para os meus futuros educandos.
Além disso, o que dizer da minha declaração sobre o meu “preconceito” com o pessoal da Educação Física?! A reação de todos foi engraçada. Talvez, a maior surpresa tenha sido a coragem e a espontaneidade de falar sobre isso abertamente. De fato, esta é uma reflexão que venho fazendo há algum tempo: voltando ao que disse no começo, sempre carreguei marcas negativas dos profissionais da Educação Física e, graças ao modelo da nossa formação, pude perceber professores desta área dedicados e empenhados – às vezes, até mais do que os meus colegas de Letras, infelizmente.
Ser professora é um sonho que carrego comigo desde a infância e que tem se tornado cada vez mais difícil de realizar... Contudo, sou brasileira e não desisto nunca!

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