Perdi as contas de quantas vezes comecei,
apaguei e recomecei este texto. Então, resolvi – de forma arriscada – deixar o
academicismo de lado e tentar algo mais intimista para ver se esta
autoavaliação sai. Tentei várias técnicas (seguir ordem cronológica, foi uma
delas), mas o fato é que “olhar pra trás”, quando feito de forma verdadeira traz
muitas lembranças e sentimentos misturados. É justamente sobre esta miscelânea
que eu quero (tentar) falar aqui.
Esta disciplina trouxe uma profunda
reflexão da prática pedagógica que tinha desde que comecei a lecionar em ONGs.
Começo pela releitura de Pedagogia
da Autonomia. Já havia lido trechos deste livro há tempos, mas
reler Paulo Freire – assim como reler Machado de Assis – é sempre uma
experiência única. Com a leitura de Pedagogia da Autonomia, revisitei
e, mais do que isso, resgatei o que creio ser a essência do meu eu-educadora;
que, por algum motivo, estava se perdendo na rotina do meu trabalho fora das
salas de aula. Mais uma vez esta necessidade de lecionar para contribuir com um
processo de ensino e aprendizagem seja significativo para os estudantes ganhou força. Este
reencontro com Freire me fez lembrar vários por quês e me deu força para
continuar na luta.
Sobre as microaulas, a princípio eu pensei
que seria um pouco maçante, afinal, os temas das primeiras são comuns a quase
todas as disciplinas do curso de Formação de Professores. Entretanto, fui
surpreendida positivamente, já que vi meus colegas de turma se empenhando para
transformar temas que, teoricamente são “batidos”, em algo interessante.
Cada uma delas trouxe um novo olhar para
velhas questões. A relação professor e aluno me fez pensar novamente em tudo o
que carrego de bom e de ruim dos docentes que passaram na minha vida. Já as que
abordaram o bullying me fez lembrar daquilo que Vygotsky tanto defente: as
relações sociais; ao passo que ainda me trouxe uma questão à tona: como o professor se prepara para incluir a
todos, tratando cada um de uma maneira única; e, ao mesmo tempo, falar da
importância da coletividade?! Isso foi importante para que eu busque me
aperfeiçoar nas diversas formas de inclusão e para que eu procure as melhores estratégias para que meus futuros alunos percebam
a importância do respeito à diversidade dentro de um grupo, evitando assim, os atos de violência.
De todos os temas abordados até agora, o
mais contundente na minha vida foi o dos últimos encontros, a cerca da
Profissão de Professor. O que faz de um
professor um profissional excelente? Quais são as competências e habilidades
que ele precisa ter? Quais são os chamamentos que as futuras gerações
precisarão quando o assunto é educação? O quanto falta de caminho a percorrer
para que eu atinja o grau de excelência?! Tudo isso gira em todo na minha
cabeça desde as últimas aulas. E quanto mais me faço essas perguntas, mais
sinto vontade de lutar para ser a melhor. Não no sentido de competitividade com
outros profissionais – longe disso! Sei o quanto posso aprender com eles! – mas
ser a melhor, no sentido de me doar ao máximo para desenvolver um trabalho de
qualidade com e para os meus futuros educandos.
Além disso, o que dizer da minha declaração
sobre o meu “preconceito” com o pessoal da Educação Física?! A reação de todos
foi engraçada. Talvez, a maior surpresa tenha sido a coragem e a espontaneidade
de falar sobre isso abertamente. De fato, esta é uma reflexão que venho fazendo
há algum tempo: voltando ao que disse no começo, sempre carreguei marcas
negativas dos profissionais da Educação Física e, graças ao modelo da nossa
formação, pude perceber professores desta área dedicados e empenhados – às
vezes, até mais do que os meus colegas de Letras, infelizmente.
Ser professora é um sonho que carrego
comigo desde a infância e que tem se tornado cada vez mais difícil de
realizar... Contudo, sou brasileira e não desisto nunca!
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