quarta-feira, 7 de março de 2012

Diário de bordo: Projetos e Didática Específica #1


São Paulo, 12 de fevereiro de 2012.

Início de ano letivo é aquela expectativa que nos enche de perguntas: como será o ano, o que terei de fazer, como será este professor, será que ele é bom, no que a matéria dele irá me ajudar????? Esses e muitos outros questionamentos pairam no ar nos momentos que antecedem a primeira aula. Comigo, não foi deferente – às vezes acho que isso não mudará nunca, não importa se você estuda na creche ou na universidade – estava ansiosíssima para saber quem, afinal, era aquele professor que sempre vejo andando para cima e para baixo pela universidade.

Somada à ansiedade normal do primeiro dia de aula, trazia comigo um desejo de saber como Projetos e Didática Especifica funcionaria na prática e se não se tornaria uma disciplina cansativa para mim. Diferente do que acontece com os meus colegas de turma – como descobriria mais tarde na aula – eu trago uma vasta experiência em projetos (não tão grande como a do meu professor, mas maior do que a dos meus companheiros de classe). É impossível quem trabalha em organizações não governamentais (seja ela qual for) nunca ter feito um projeto se quer, por menor que seja. Como a minha vida empregatícia inteira foi construída, vivida e compartilhada em ONGs, sei bem coisas básicas para o bom andamento de um projeto: como é a sua estrutura, a importância do trabalho em grupo, como é fundamental planejar e avaliar...

Por sorte, logo nos primeiros minutos de aula, percebi que a forma como o professor conduz a aula “não me fará dormir” e que seu embasamento teórico e experiência de vida têm muito a contribuir com a minha formação.

Nesta aula, entretanto, o que me chamou a atenção foi o perfil dos alunos: diferentemente do que acontece comigo, quase todas as pessoas que compõem a minha sala são apenas bacharéis e cursarão as 6 disciplinas da licenciatura neste ano. Pelo o que pude perceber, elas nunca tiveram uma experiência como educador. Por isso, tive a impressão de que todos se sentiram com medo de não ter um lugar e capacidade para desenvolver o projeto de estágio. Além disto, percebi na fala de alguns o reflexo da falta de vivência e de conhecimento teórico na área educacional.

Como reagi diante deste primeiro contato? Bem, em minha apresentação, disse a todos que trabalho em uma ONG e que conheço várias outras. Minha intenção com isso era me colocar à disposição para ajudar quem precisar – seja com lugares para indicar, seja com a experiência de vida. Sei o quanto precisei de apoio quando “caí de paraquedas” no mundo dos projetos. Sei o quanto é mister a troca para fortalecer a prática pedagógica; por isso, procurei, ao me apresentar, mostrar que estou aberta a qualquer tipo de conversa. Espero poder ajudar.

Passei esta aula sentada próxima a três bacharéis em Artes Cênicas e fiquei pensando que, se fizermos parte do mesmo grupo, poderemos unir o teatro, a literatura e as necessidades locais, fazendo de nosso projeto algo que seja transformadoramente criativo.

Um comentário:

  1. Lendo sua publicação ... percebi o quanto foi bom termos conhecido a AEB né ? Minimamente ... crescemos e ampliamos nossa visão de mundo.

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