Não sei quanto a vocês, mas todas às vezes que vejo uma
sigla, minha primeira reação é #ainão! Letras que significam um monte de coisas,
ainda mais em inglês, podem ser complicadas, por isso, resolvi escrever um
pouco sobre isso.
Quando resolvemos ser alunos/professores de inglês, nos
deparamos com algumas das benditas siglas: ESL,
EFL, ESOL, EAL... Pensando nas respectivas
traduções, a primeira, English as Second
Language, pode ser traduzida literalmente como Inglês como Segunda Língua. Já a segunda, English as a Foreign Language, é o famoso Inglês como Língua Estrangeira. ESOL,
ou English for Speakers of Other
Languages, é o Inglês para os
Falantes de Outras Línguas e o EAL,
English as an additional language, é
o Inglês como língua adicional. De
todas elas, destacam-se as duas primeiras, que serão as mais discutidas neste
artigo. E, em meio a elas; surge, então, a pergunta: se, de sentido, todas elas
têm o significado extremamente próximos, qual é a real diferença entre elas?!
Pensando na escola de ensino regular e no que dizem os
Parâmetros Curriculares Nacionais, a Língua Inglesa é ensinada e aprendida na
concepção do EFL, ou seja, como língua
estrangeira apenas. Segundo o próprio texto dos PCNs, “A aprendizagem de uma língua estrangeira, juntamente com a língua
materna é um direito de todo o cidadão”, já que “o distanciamento proporcionado pelo envolvimento do aluno no uso de
uma língua diferente o ajuda a aumentar sua autopercepção como ser humano e
cidadão”. Sendo assim, as escolas criam estratégias para que os estudantes
entrem em contato com a estrutura da língua e sua cultura de forma que isso “envolvam o aluno na construção de
significado pelo desenvolvimento de, pelo menos, uma habilidade comunicativa”
(grifo meu).
Inferindo pelo o perfil da maior parte das escolas existentes
no Brasil, nota-se que os colégios particulares adotam estratégias
diversificadas quanto ao desenvolvimento das quatro habilidades (auditiva,
escrita, de fala e de leitura): aderem a recursos audiovisuais, dividem os
alunos por níveis de conhecimento, adquirem materiais diferenciados, oferecem a
possibilidade de intercâmbio... Já as escolas públicas, por enfrentarem os
diversos problemas por todos conhecidos (de salas superlotadas; muitas vezes
sem recursos; com professores com formação defasada, com sobrecarga de
trabalho, que não são valorizados), acabam focando no ensino do inglês
instrumental – que, ao menos, “garante” a habilidade de leitura, para que os
alunos encarem os testes dos vestibulares/ENEM. As exceções dessa leitura do
ensino de inglês são raras e, é claro, bem vindas!
É claro que esta visão do preparo para apenas uma das
habilidades; que, querendo ou não, é seguida por grande parte das escolas
regulares, gerou uma crença – a cada dia reforçada pela vivência escolar – de que
só se aprende inglês nas escolas de idiomas ou morando fora do país. Mito ou
verdade, este pensamento acaba desestimulando alunos e professores no desempenho
que se deve ter ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Mas este é
assunto para outro texto. Voltando às siglas; se, de um lado, a maior parte das
escolas ensinam Inglês como Língua
Estrangeira (EFL), de outro, encontramos as poucas – e caríssimas – escolas
bilíngues/internacionais, que fazem o ESL
– Inglês como Segunda Língua. Nelas, os alunos são expostos ao idioma por
mais tempo e de outras maneiras, uma vez que, muitas vezes estudam as outras
disciplinas da grade curricular (Matemática, Geografia, História etc.) em inglês.
Isso se dá pelo fato de: 1. essas escolas receberem alunos de outros países
(que tenham ou não o inglês como língua nativa); 2. terem uma proposta de
ensino integral (o que leva seus alunos a passarem o dia todo na escola). É
claro que, por estarem no Brasil, as escolas bilíngues/internacionais seguem as
legislações nacionais e os parâmetros estabelecidos Ministério da Educação, mas
suas propostas pedagógicas também têm um diferencial, no sentido de “forçar”
seus alunos a vivenciarem a cultura de língua inglesa, como num preparo para
exercitá-la fora do Brasil. Vale ressaltar que esta diferença estabelece-se também
porque, além de cumprir as exigências do MEC, normalmente estes
estabelecimentos de ensino são filiados a órgãos educacionais estrangeiros.
Entender as peculiaridades entre o EFL e o ESL auxilia o professor a pensar em como ele deseja as suas aulas, se elas atendem as reais necessidades dos alunos. Embora a discussão de como aproximar o EFL do ESL seja
ampla, pois implica em um salto de qualidade no ensino público e privado no
país, é importante ressaltar que há diversas formas de auxiliar no aprendizado
dos alunos de EFL. Desde sites a letras de música, de filmes a textos, de
discursos a feiras culturais, quanto maior a exposição à língua, mais fácil e
orgânico o aprendizado se tornará. Ensinar os caminhos e dar autonomia aos
alunos para que eles incrementem os seus processos de aprendizagem é tão
importante quanto os momentos dentro da escola – siga ela a sigla que for.
_____________
Referências:
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira / Secretaria de Educação Fundamental. . Brasília. MEC/SEF, 1998.
SANTOS, Edson. Ensinar Inglês: EFL ou ESL? Disponível em: http://blogdoprofessoredson.wordpress.com/2013/07/03/ensinar-ingles-efl-ou-esl/
*Wikipedia. Map. English as a Second or Foreign language. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/English_as_a_Foreign_or_Second_Language
SANTOS, Edson. Ensinar Inglês: EFL ou ESL? Disponível em: http://blogdoprofessoredson.wordpress.com/2013/07/03/ensinar-ingles-efl-ou-esl/
*Wikipedia. Map. English as a Second or Foreign language. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/English_as_a_Foreign_or_Second_Language
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